Vou caminhando por um areal imenso
Imersa em pensamentos difusos
De corpo abraçado avanço contra o vento
Paro porque o cabelo me tapa o horizonte
Sinto uma vontade imensa de abraçar o sal do ar
E isso dá-me alento para continuar
Viro em direcção à encosta rochosa
Quando as ondas mansas se aproximam
Viro direita ao azul intenso do mar
Quando a imensidão do penedo me assusta
Avanço com uma mão cheia de certezas
Próprias de quem tudo sabe e nada pergunta
Que a praia não acabará antes das minhas forças
Que as pernas não falharão antes do fim da praia
O frio corta as faces a cada momento mais gélidas
Balançando com o calor do sol nas minhas costas
O ponto de não retorno está próximo
Oscilando entre as rochas e as ondas a praia estreita
O nó na garganta aperta e a cada momento
A decisão de avançar ou recuar se impôe
Olhando para trás vejo a roupa caída
Em cada peça um pouco do meu cheiro
Quando já só resto eu com pouco de mim
Inalo o ar salgado e mergulho no azul
Ouço ao longe uma voz que conheço como minha
Que segreda aos ouvidos de Neptuno
“Deixa-me encostar-me a ti, voltei para ficar…”
Que bela caminhada poética pelo areal das palavras que o marcam!
ResponderEliminarTambém gosto de mergulhar no azul...
Beijinho!
vim ler alguns belíssimos poemas e levar seu banner para o flor, se me permites, lógico. abraços.
ResponderEliminar