O que há @qui?

... textos da minha autoria (ou com os créditos devidos se não forem) ... imagens da internet (algumas fotos minhas) ... poesia em prosa (e prosa poética) ... links poéticos (outros não) ... as minhas músicas (também as tuas talvez) ... comentários (ou não) ... eu e o meu narcisismo... somente!

Nos br@ços de Neptuno


Vou caminhando por um areal imenso
Imersa em pensamentos difusos

De corpo abraçado avanço contra o vento
Paro porque o cabelo me tapa o horizonte

Sinto uma vontade imensa de abraçar o sal do ar
E isso dá-me alento para continuar

Viro em direcção à encosta rochosa
Quando as ondas mansas se aproximam

Viro direita ao azul intenso do mar
Quando a imensidão do penedo me assusta

Avanço com uma mão cheia de certezas
Próprias de quem tudo sabe e nada pergunta

Que a praia não acabará antes das minhas forças
Que as pernas não falharão antes do fim da praia

O frio corta as faces a cada momento mais gélidas
Balançando com o calor do sol nas minhas costas

O ponto de não retorno está próximo
Oscilando entre as rochas e as ondas a praia estreita

O nó na garganta aperta e a cada momento
A decisão de avançar ou recuar se impôe

Olhando para trás vejo a roupa caída
Em cada peça um pouco do meu cheiro

Quando já só resto eu com pouco de mim
Inalo o ar salgado e mergulho no azul

Ouço ao longe uma voz que conheço como minha
Que segreda aos ouvidos de Neptuno
“Deixa-me encostar-me a ti, voltei para ficar…”

2 comentários:

  1. Que bela caminhada poética pelo areal das palavras que o marcam!
    Também gosto de mergulhar no azul...

    Beijinho!

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  2. vim ler alguns belíssimos poemas e levar seu banner para o flor, se me permites, lógico. abraços.

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