O que há @qui?

... textos da minha autoria (ou com os créditos devidos se não forem) ... imagens da internet (algumas fotos minhas) ... poesia em prosa (e prosa poética) ... links poéticos (outros não) ... as minhas músicas (também as tuas talvez) ... comentários (ou não) ... eu e o meu narcisismo... somente!

@deus

de ti só me resta
o que agora permanece aqui comigo,
num cantinho só meu,
a lembrança dolorida do fim
e a sombra de tudo o que já fomos 
um dia...

dor


A dor que me acompanha hoje

É a mesma que trago de ontem

A mágoa que ainda sinto agora

Será talvez a mesma amanhã

Embalando-me para lá do nunca

Adormecendo-me para sempre



A lonjura da imensidão de estar perto

É ferida que dói aqui a céu aberto

Motivo porque entre os lençóis choro

Neste sentimento da ausência de ti

cl@mor

Conta-me uma mentira que seja breve

Diz-me o que sentes e calas em ti

Faz-me acreditar que até vale a pena

Sente a minha pele que por ti chama

Faz-me vibrar com um leve sussurro

Mesmo que seja para me dizer adeus

Ou um até breve que já se adivinhava

inst@nte



Canta-me uma longa música que seja só nossa
Mesmo que todos os outros também a saibam

Sussurra-me devagar roucamente e bem baixinho
O que faríamos os dois na loucura deste instante

Diz-me olhando-me de frente bem nos meus olhos
Que a melodia que nos embala é apenas esta música

Convence-te do que os teus olhos me não dizem!

cheiro de ti

Ainda que nada o faça prever

Sem ter razão sequer de o ser

Mesmo que nem eu o saiba enfim

Tudo o que de mim emana agora

Cheira à minha imensa falta de ti



Tenho vontade de seguir até ao fim

Com tudo ou nada de razão talvez

Quero que voltes desse sono sem mim

Mesmo que doa horrores na pele

Até que o sofrimento nos seja quase doce

solid@o

Sem nada com direito a tudo

Sem mágoa por nem isso sentir

Pergunto ao céu porquê

Nem um sinal nem réstea de nada

Para me fazer ainda assim crer

Que há uma razão para tudo



Sem o tempo certo de sentir

Acabo por não saber o que fazer

Do imenso mar de tudo o que já tive

Nem do parco papel que tenho aqui

Só tenho direito a solidão…

mei@s palavras

As meias palavras que trocamos

São as que nos matam e sufocam

Até já sermos só metade de nós


Os meios sentimentos que temos

São os que nos reduzem e apagam

Já nem sabemos onde cada um começa


As meias verdades que vivemos

São as que nos tragam de dor pela mentira

E nos fazem sofrer por serem apenas metade


Tudo isto já nós vivemos vezes sem fim

Apenas dói mais porque agora sara devagar

Como uma queimadura intensa sob a pele

um nad@

Ascensão
DALI

Perco-me em igrejas de ninguém

Mãos erguidas cheias de nada

Olhos secos de lágrimas sofridas.

Nesta madrugada em que adentro

Em mais uma das muitas noites sem ti

Sinto levemente o teu cheiro em mim

E respiro enfim!