O que há @qui?

... textos da minha autoria (ou com os créditos devidos se não forem) ... imagens da internet (algumas fotos minhas) ... poesia em prosa (e prosa poética) ... links poéticos (outros não) ... as minhas músicas (também as tuas talvez) ... comentários (ou não) ... eu e o meu narcisismo... somente!

Relógio

Eu sou o ponteiro dos minutos
No relógio da minha existência
Passo pelo ponteiro das horas
Em momentos certos e mágicos

Quem passa pelo relógio
Que julgo vagamente ser eu
Segue depressa demais
Sem olhar a quem adianta

Talvez o ponteiro dos segundos
Trespassando os números
Fazendo constantes tangentes
Na vida assim como na morte

Seria talvez bom poder
Girar os meus ponteiros
Sempre no sentido certo
Num ritmo próprio de mim

Parar em minutos preciosos
Saltar segundos amargos
Impedir o toque da hora
Fingir que ela não passa

Parar o tempo ali mesmo
Naquele minuto de silêncio
Em que tudo se diz sem falar
Numa cúmplice troca de olhares

Acelerar o seu compasso
Quando o leito vazio chama
Supor uma noite numa hora
Na ilusão de tudo transformar

Julgar tudo um sonho cruel
Quando ao despertar
Tudo permanece igual
Até as horas no relógio...

Outubro/2000

Publicado em porosidade etérea
imagem: Persistência da memória, Salvador Dali

Sonh@r


Enquanto vivo este sonho acordada contigo
Reinvento o teu sonho dentro de mim

Ao adormecer encostada ao teu corpo quente
Confundo o teu calor com o meu

No rumo que traçamos lado a lado
Descobrimos o nosso sonho a cada passo

Poem@ em A menor


ainda aqui estou
a ouvir as mesmas músicas
a ver as mesmas caras
a escutar as mesmas conversas
a pressentir o mesmo clima
a sentir a chuva a escorrer-me na cara e
as lágrimas que escorrem sem cessar
... porque tu não estás

acendo mais um cigarro
... não sei se algum dia estivestes mesmo aqui

Des@bafo (Poetik)

Karaoke:










Porque te amo não sei
Nem sei se amor é assim
Isso que trago no peito
Que só sinto pra mim

Porque é que eu fico chorando?
Se te amo e sou feliz
Se tantas vezes teu corpo
É todo o sonho que eu quis

Porque é que às vezes eu fujo
Com você mesmo aqui
E fico longe sofrendo
Sabendo que já parti…

Você é meu branco da lua
Minha luz minha agonia
Você pra mim é loucura
Tantas vezes minha alegria

Não sei bem porque fico
Não sei bem porque vou
Às vezes fico sentido
Que você me sobrou…

Você é mais um dilema
Que sempre me aconteceu
Mas sempre acabo te amando
Se todo eu sou seu

Poetik


Mais uma vez, sem me cansar de o dizer, amo-te apenas por dois motivos: por tudo e por nada! Obrigado @mor!

Des@bafo (Roberto Carlos e Erasmo Carlos)

O homem da minha vida fez, uma vez mais, uma letra fantástica. Desta vez, como oferta para colocar no meu blogue.
Original







B@lança



Todo o meu ser vibra pensando em ti
E sempre que fecho os olhos lembro-me
Por isso vou ficando por aqui

Todos os meus sonhos te vêem
E mesmo acordada sonho contigo
Por isso continuo sonhando

Tudo o que eu algum dia pensei ter
Julguei ter encontrado em ti
Por isso sigo pensando que tenho

Toda a minha razão me diz que não
Todo o meu coração me diz que sim
Por isso decido continuar

Todas estas palavras ecoam em mim
E ferem-me como punhais
Não sei que sentido lhes dar

Não vejo para onde pende agora a balança
Se para a razão que vê o meu reflexo no espelho
Se para o coração que adivinha o teu perfil

Sem rumo m@rcado


Forcemo-nos a caminhar
Pela estrada que todos atravessamos

Caminhemos lado a lado
Com as certezas ténues que nos assolam

Andemos pela vida
Como zombies sem destino

Voemos em liberdade
Durante as longas horas de sono

Atravessemos a vida
Olhando de lado para tudo e todos

Acreditemos que além de nós
Existe um outro que não nos vê

Sonhemos com aquele dia
Em que tudo nos parecerá irreal

Como se tivéssemos chegado agora
Como se os olhos vissem agora mais claramente

Como se os sentidos se apurassem
Quem sabe?

Cub@ libre


Copo alto cheio de rum e cola
Uma esguia mão namorando o copo

Cigarros consumidos em fila
Da boca saindo novelos de fumo

Música vibrantemente quente
Corpo balançando ao ritmo latino

A música crescente no tom
Os corpos girando até ao balcão

Olhos semicerrados e olhares furtivos
Conseguindo impedir as palavras

Enquanto a salsa avança na noite
Adivinhando outros ritmos...

Poetik@mente



Estende a mão
Sente a minha pele pedindo a tua
Mesmo por entre a roupa

Fecha os olhos
Cheira o meu querer-te tanto
Mesmo que eu não esteja

Abre a boca
Saboreia e beija-me
Mesmo que me não vejas
Lembra os meus lábios
Com o sabor acre do teu corpo
Mesmo que...

Amo-te muito para além de mim

@limento



Quando partes de mim o meu corpo esfria e anseia por ti
E resta-me a imensidão do teu terno toque em mim

O meu tempo de te querer não tem ponto final
O meu fado é o meu desejo de ti que não tem fim

Bebo as tuas palavras mesmo quando não as dizes
Medo tenho de as não perceber mesmo que as digas

Alimento-me sem limites do teu amor por mim
Mata a tua sede em mim em cada beijo meu

P@lavras

Todas as tuas palavras leio eu
Sôfrega de me adivinhar nelas
E todas as palavras que lá não escrevo
Por agora parecerem parcas no seu existir
Morrem lentamente nos meus dedos
Enquanto os meus olhos se fecham
E sussuram ... porquê @mor?

Escondid@



Escondi-me
De ti, de mim, de todos
Pelo cansaço

Desesperei
Por mim, por ti, por todos
Pelos desenganos

Perdi-me
De todos
Em mim
Por ti

F@do

temos vozes largadas
e emoções sentidas
jeitos entorpecidos
por entre vozes ensaiadas
temos vinho bebido de taças
... mas nada
de verdadeiramente do fado

vozes tristes pagas
para parecerem do fado
vozes com sentimento
pago com o fado
e enquanto trocamos olhares
tudo se torna mais fado
... e tudo o resto nos fica a parecer
parco de fado



Mur@da


A saudade cresce a cada dia
Agarrada ao muro que se ergue
Olho-me ao espelho e esta não sou eu
Nem tão pouco o que queria(s) que fosse
E de tanto tentar a segunda
Já nem a primeira sou