O que há @qui?

... textos da minha autoria (ou com os créditos devidos se não forem) ... imagens da internet (algumas fotos minhas) ... poesia em prosa (e prosa poética) ... links poéticos (outros não) ... as minhas músicas (também as tuas talvez) ... comentários (ou não) ... eu e o meu narcisismo... somente!

ilus@o

Fraquezas de muito pensar
Que por nós a chuva cessará
E o sol brilhará para sempre
Ilusão de marcar a diferença

E se assim fosse na verdade?
Sorrisos e o sol a brilhar
Lágrimas e a chuva a cair
Tristeza e as folhas a tombar

Mágoa e um frio intenso
Sentimentos em linha contínua
Ao longo das estações
Com a natureza a meu lado

Terei eu a coragem de notar
Que o tempo mudou?

@niversário

"Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, Não há nada mais simples. Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra todos os dias são meus."

Fernando Pessoa/Alberto Caeiro
Poemas Inconjuntos

div@gação

Confundir-me em emoções plenas
Água escorrendo pelo meu rosto
Disfarçadas de simples gotas de chuva

Observar o céu salpicado de algodão
Ver as nuvens tomando formas distintas
Julgando adivinhar-me em cada uma

Perder-me num horizonte mais além
Distante de todos para poder sofrer só
Perto da água para afogar as mágoas

Pensar-me quase divina em carne frágil
Sentimentos perdidos em algum lago
Sem barco para salvar os melhores

Fuga inconsciente e eterna da vida
Será a certeza que me acompanhará
Ao longo dos incontáveis anos que faltam

f@la-me de @mor


Nessa imensidão de nada
Sinto-te longe
De tão perto estares
Nesta plenitude de pouco
Sinto-te perto
De tão longe te julgares

Deixa-me falar-te de Amor...

esquecid@


Esquecida que estou entre as brumas e o nevoeiro desta noite que cai em mim

Vivi dias a dois tempos longos e curtos por ti em ti em mim e contigo fiquei sem mim

Vou-me ficando deixar encolhida e pequena neste meu imenso canto vazio e incerto

Agora permaneço só eu aqui sem ti tentando a cada dia ver onde fiquei eu pelo caminho


@1026@

A minha imensa dor permanece ainda hoje
Em duras palavras escritas por alguém a lápis
Em paixão desenhada a dois com uma pena

Amanhã e nos dias que porventura se sigam
Será o que pelo fado esteja escrito nas estrelas
Sem rasuras nem cortes e o fado não usa borracha

p@rar o tempo

Se eu pudesse parar o tempo…

Parava naquele momento em que beijei pela primeira vez e ainda em todas as primeiras vezes

Parava naquele instante preciso em que conheci os dedos mínimos e roxos da minha filha

Parava um segundo, que podia ter durado até hoje, antes de saber que fiquei sem Mãe

Parava no momento exacto em que vi naquele dia tão longe aquela gota de chuva cair no mar

Parava um minuto antes de morrer só para reviver todos os momentos em que parei no tempo

s@bores

Namoro-te o corpo em surdina por entre olhares em chama

Sabes-me a mar revolto em dias violentos de tempestade


Acaricio-te as costas com pensamentos intensamente quentes

Sabes-me a noite de mil estrelas num mar chão de quietude


Beijo-te com fúria enquanto a noite cai aqui violentamente

Sabes-me então a chocolate quente com travo a canela

resistênci@

Solidão acompanhada nestes meus dias longos de hoje

Dá-me a resistência duradoura das tuas lágrimas sofridas

Verdade inconsistente das minhas memórias do teu corpo

Deixa-me sonhar em teu leito no odor acre deste nosso sexo

Dor doce de mágoas incontidas em palavras ainda não ditas

Vem comigo até que esta vida tristemente fria e cinza se acabe

sem rim@

Hoje iniciei um poema vezes sem conta

Ensaiei rimas e estrofes em busca de ti

Poderias estar aqui ao alcance do meu braço

No entanto estás tão longe como o horizonte

cham@


A chama que arde ainda em mim

Tem contornos ténues de desejo

Não queima por já não te tocar

Nem me atinge por aqui não estares



Na ilusão de te querer sentir perto

Sinto-te esfumar como lenha ardida

Reacendo a lareira quando te pressinto

Perco-me na ânsia imensa de te rever



Caminho cegamente em linha recta

Como muitos dos meus pensamentos

Desviei-me em alguma curva da vida

Para te poder sentir, ainda que de leve.

err@do

Hoje acordei do lado errado da vida

Digo as palavras erradas

E sinto que nada as concerta

Amei os homens errados

E eu sei que não sou A certa

Faço tudo do modo errado

E nada do que sinto o acerta

Tenho os olhares errados

Em direcção às pessoas certas

Mas não tem jeito… não acerto!

lembr@nça



Ouvi em tempos o fado cantado de boca em boca
Que me avisava que o meu Fado não eras tu

Lembro ainda as promessas vãs de noites intensas
Feitas em surdina em cada pormenor, gesto, olhar

Recordo vagamente ainda querer em ti acreditar
E nas mentiras que me oferecias como verdades

Acordei então para esta realidade crua, fria e magoada
De já nada querer lembrar, nem sequer do que senti!

@deus

de ti só me resta
o que agora permanece aqui comigo,
num cantinho só meu,
a lembrança dolorida do fim
e a sombra de tudo o que já fomos 
um dia...

dor


A dor que me acompanha hoje

É a mesma que trago de ontem

A mágoa que ainda sinto agora

Será talvez a mesma amanhã

Embalando-me para lá do nunca

Adormecendo-me para sempre



A lonjura da imensidão de estar perto

É ferida que dói aqui a céu aberto

Motivo porque entre os lençóis choro

Neste sentimento da ausência de ti

cl@mor

Conta-me uma mentira que seja breve

Diz-me o que sentes e calas em ti

Faz-me acreditar que até vale a pena

Sente a minha pele que por ti chama

Faz-me vibrar com um leve sussurro

Mesmo que seja para me dizer adeus

Ou um até breve que já se adivinhava

inst@nte



Canta-me uma longa música que seja só nossa
Mesmo que todos os outros também a saibam

Sussurra-me devagar roucamente e bem baixinho
O que faríamos os dois na loucura deste instante

Diz-me olhando-me de frente bem nos meus olhos
Que a melodia que nos embala é apenas esta música

Convence-te do que os teus olhos me não dizem!

cheiro de ti

Ainda que nada o faça prever

Sem ter razão sequer de o ser

Mesmo que nem eu o saiba enfim

Tudo o que de mim emana agora

Cheira à minha imensa falta de ti



Tenho vontade de seguir até ao fim

Com tudo ou nada de razão talvez

Quero que voltes desse sono sem mim

Mesmo que doa horrores na pele

Até que o sofrimento nos seja quase doce

solid@o

Sem nada com direito a tudo

Sem mágoa por nem isso sentir

Pergunto ao céu porquê

Nem um sinal nem réstea de nada

Para me fazer ainda assim crer

Que há uma razão para tudo



Sem o tempo certo de sentir

Acabo por não saber o que fazer

Do imenso mar de tudo o que já tive

Nem do parco papel que tenho aqui

Só tenho direito a solidão…

mei@s palavras

As meias palavras que trocamos

São as que nos matam e sufocam

Até já sermos só metade de nós


Os meios sentimentos que temos

São os que nos reduzem e apagam

Já nem sabemos onde cada um começa


As meias verdades que vivemos

São as que nos tragam de dor pela mentira

E nos fazem sofrer por serem apenas metade


Tudo isto já nós vivemos vezes sem fim

Apenas dói mais porque agora sara devagar

Como uma queimadura intensa sob a pele

um nad@

Ascensão
DALI

Perco-me em igrejas de ninguém

Mãos erguidas cheias de nada

Olhos secos de lágrimas sofridas.

Nesta madrugada em que adentro

Em mais uma das muitas noites sem ti

Sinto levemente o teu cheiro em mim

E respiro enfim!

vid@




Tentaram colocar um preço na minha parca vida
Disseram-me “tudo tem um custo e a vida não é excepção”
Perguntei-me “Quanto vale a minha vida?”
Ela mesmo me diz “Tem o valor que me dás!”

Penso...



Julgo saber-te quase de cor por entre o teu corpo

Ainda tenho por descobrir algo que seja só meu

Creio que um sentimento por mim de ti imana

Igualado já pelo que a minha pele sempre clama

Não posso ter já a efémera ilusão de ser única

Temo que pelo meio de nos irmos descobrindo

Os olhos nos olhos lhes desvendem demais…

Sonh@ndo

Vagueio por campos verdes
Apercebo-me de caminhos
E imagino ...

Passeio por montanhas com neve
Vejo cabanas de madeira
E lembro ...

Após um dia de lembranças
Que não são mais que sonhos
Deito-me sozinha e sonho
... mais uma vez.

...@manhã não estou aqui!


Segue os meus passos incertos até ao além-mar
Mesmo caminhando perdida e sem direcção
Segue as minhas palavras até ao silêncio
Enquanto o ruído da vida se escoa em mim

Segura o meu rosto frio com mãos quentes
Acercando-te a pouco e pouco do meu corpo
Fecha-me os olhos marejados num beijo terno
Amando-me hoje "que amanhã não estou aqui"

Pontu@ção



Não sei onde colocar o ponto final
Pouco sei de pontuação
No início da frase, um travessão
A meio e muitas vezes,
Quando me questiono?
Quando grito exclamo!
Se tenho dúvidas ?!?
Quando me indigno!
Quando não sei o que dizer…
Quando me irrito GRITO

Tudo tão rectilíneo e definido
Mas a vida não é em linha recta
Cada vez + tem – lógica
E SEMPRE me vou perguntar: – Será?!? …

@inda


Já me senti assim um dia
Como se não houvesse amanhã
E o ontem não fosse meu

Já tive este calor infernal
Pela ânsia de me sentir viva
E nada mais houvesse

Ainda tenho chama em mim
Que arde pelo teu calor
E por um beijo cálido

Ainda acho que é possível
Amar até mais além
Mesmo que não estejas aqui

Págin@s


Hoje abri um livro de recordações

E lembrei-me de como relemos

Poesia em palavras sem rima


Hoje virei uma página garatujada

De um livro pequeno - a minha vida

E recordei como viravas cada página

Do que eu escrevia a pensar em ti

a soluç@o ... ?


A solução é arrumar os sonhos numa gaveta
Fechá-los a cadeado e esquecer-me deles
Naquele recanto que só eu conheço
Entre as palavras repetidas vezes sem fim
Por entre os olhares de esperança sem idade

E porque não arranjar uma garrafa bem grande
Colocar tudo lá dentro, tapá-la com uma rolha gigante
Imagina quem encontrasse aquela garrafa cheia de nada
Retirava a rolha e tu sumias como se nunca tivesses existido...

C@nsei...

Cansei de fechar os olhos ao que é podre

E então respirar fundo contar até 100 e recomeçar

Cansei de ver o mundo cor-de-rosa

Mesmo sabendo que ele é essencialmente cinzento

Cansei de achar que não mereço mais que isto

E ter a certeza que as forças para lutar já me faltam

Cansei de desistir e estou prestes a desistir de estar cansada

Aqui e @gora


Aqui e agora… sentimento cru e esvaziado dele mesmo

Porque nada prende um ao outro

A não ser o mútuo esquecimento.

Faculdade de lembrar por um momento ténue

O que nunca fora vivido

Revela então imaginação bastante

E revive-se a todo o instante sonhos inventados

Nos delírios nocturnos dos suores frios

De variados pesadelos recorrentes iguais

Fica então tanto por dizer

Por nada conseguir repousar

Em simples palavras

Tudo seria tão bem mais simples

Sem esta malfadada humana pseudo-inteligência

Corrosiva por ela mesma de um sentimento

Fortemente mesclado de amor e ódio

Será dentro de cada um enfim

Um mero negócio que tentamos fechar com o nosso eu

É um optar livremente (pensamos nós)

Entre o que se quer sentir por não poder pronunciar

E o dizer velando não magoar ao redor

Com a certeza quasi mortal que ao invés assim não seria

Poeir@

Energias sobre-humanas
Fasquias demasiado altas
Olhares de esguelha em redor
Um sacudir de poeira dos ombros

(Chamem-lhe poeira
Eu chamo-lhe outra coisa
Qualquer outra coisa
Que me faça cair no esquecimento)

M@ré



E hoje é todo o teu EU e a Lua
E amanhã serás apenas tu e as Ondas

Lua porque teimas em te esconderes
Sem ti o Mar não saberá onde ir

E hoje sou todo o meu EU e o Mar
E amanhã serei apenas eu e uma Maré

Ondas irão vós teimar em deslizar
Seguindo sem condição a Maré?